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segunda-feira, 8 de abril de 2013

JMJ Rio2013: tempo de peregrinar


Mais de dois milhões de peregrinos são esperados para participar da 28º edição da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Mas por que os participantes são chamados peregrinos?
Um dos filmes que estarão em cartaz durante o Festival da Juventude da JMJ Rio2013 mostra um pouco desse espírito na JMJ que foi chamada de “Aventura da Fé”. No documentário “Era uma vez uma fé”, dois jovens franceses saíram de bicicleta pelo mundo para descobrir como a fé católica é professada nas mais diversas culturas. Ao longo deste caminho, podemos chamar esses dois jovens também de peregrinos. A livre escolha de sair de sua realidade em busca de algo maior por caminhos, até distantes e desconhecidos, é o que move e aproxima esses dois jovens aos milhares que deverão chegar à cidade brasileira em julho.
Segundo o padre Leonardo Lopes, que faz parte do Setor Preparação Pastoral da JMJ Rio2013, o povo de Deus é um povo a caminho. Desde o início da história da salvação, vemos Deus chamar o seu povo a “estar a caminho”; foi assim com Abraão, José, Moisés e muitas outras figuras bíblicas no Antigo Testamento. O próprio Jesus, em sua vida pública, estava sempre em peregrinação de um lugar para o outro. “A Igreja, que é peregrina neste mundo rumo ao Céu, sabe de onde veio, o que leva e para onde vai. É a mesma nos quatro cantos da Terra”, afirma o sacerdote que exalta essa característica como uma das mais belas da nossa fé. Por isso, é natural a todo Homem, criado por e para Deus, não importando a qual realidade isso seja aplicada.
O desejo de sair de si e se descobrir em Deus e no outro é comum aos peregrinos da Jornada. O que é reforçado dessa experiência é um sentimento de “ser Igreja” e sobressaem as características que marcam o catolicismo: o amor e a unidade. Esse sentimento, para padre Leonardo, também é normal, já que a própria raiz da palavra “Igreja” quer dizer “sair de si”.
Outra pista de reflexão sobre esse chamado à peregrinação é sua ligação com a questão da maturidade interior como uma caminhada na fé ao longo da nossa caminhada da vida. O próprio Papa Francisco falou sobre esse caminhar em sua homilia na Missa ao final do Conclave que o elegeu. “A nossa vida é um caminho. Quando paramos, alguma coisa está errada. Caminhar sempre na presença do Senhor, na luz do Senhor, buscando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pede a Abraão na promessa", frisou o Papa Francisco.
 Muitos dos trechos do filme, exibido aos colaboradores e voluntários do Comitê Organizador Local (COL), lembraram os espectadores de suas experiências como peregrinos da JMJ. “Essa pergunta do ‘será que somos todos irmãos em todos os lugares’ que estava no filme é atual e está na cabeça de muitos que vão para a Jornada. Na JMJ percebemos de modo visível a união que existe em nossa Igreja, um local onde a fé supera qualquer barreira política, de língua, de cultura”, exemplificou frei Lucas Nascimento, voluntário do COL. E o padre Leonardo concorda: “A JMJ é um retrato do caminhar da vida. Sua estrutura, nesta possibilidade do jovem sair de si, materializa também a nossa caminhada interior, tanto humana quanto espiritual, em que o caminho com outros iguais a nós nos faz redescobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos”.
Terminando este tempo de Quaresma, no qual experimentamos um pedido de sacrifício maior, de caminho mais interior, poderemos viver assim a presença do Ressuscitado que edifica a nossa vida e restaura as nossas forças.

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